Trip Bike 2011

O ANTES

Em janeiro eu fiquei sabendo da 9ª edição do Trip Bike, uma trilha muito legal que vai de Urbanova (Sâo José dos Campos) até São Francisco Xavier.

Depois de conseguir convencer a Dani que seria um passeio light (desculpa) não tivemos muito o que preparar pra conseguir participar dessa aventura.

Tentamos dormir cedo na véspera, mas não conseguimos, pois a filha linda dos meus primos Ju e Anderson fazia aniversário e não podíamos faltar.

Chegamos em casa mais ou menos às 22h, separamos tudo que tínhamos que levar no dia seguinte e colocamos o relógio pra despertar às 5 da matina. A Dani já começou a chorar a partir daí rs

Surpreendentemente eu acordei sem precisar de soneca e com muita disposição. A Dani acordou com preguiça e me perguntou se dava tempo de desistir, mas não tem problema, o legal é que ela teve pique pra me acompanhar em mais uma loucura.

O meu colega André chegou na nossa casa às 6h10 e partimos pro nosso destino, mas ainda tínhamos que abastecer o carro. Fiquei um pouco preocupado porque o nosso posto-oficial-de-abastecimento estava fechado e eu não sabia se o carro aguentaria até o próximo na Dutra (quando a Dani me perguntou eu disse que aguentava tranquilo). O posto que eu tinha em mente nem existia mais e eu fui ficando ainda mais preocupado, foi quando encontramos um perto de Guarulhos e, após fazer um gato pra entrar nele, tivemos que esperar os atendente ‘virarem’ o caixa (deve ser mais ou menos como iniciar o Windows).

Carros abastecidos e já estávamos com o tempo apertado. Pra variar um pouco errei o caminho, mas felizmente o Andre estava com GPS e nos colocou na rota novamente.

O DURANTE

Chegando em Urbanova paramos o carro em um local proibido e a mocinha da organização nos disse que tinha um bolsão lá perto, fomos pra lá. Depois de nos aprontarmos e descermos a rua do bolsão pegamos o pelotão já no meio da largada e nos enfiamos no meio. O pedal começou assim, no susto.

Até o km 20 foi tranqüilo pra mim, mas a Dani estava quase morrendo (literalmente mesmo). As bochechas dela estavam vermelhas, mas ela foi bem persistente. Na minha opinião ela ultrapassou muito os limites dela (parabéns!). Com o tempo ela vai conseguir me acompanhar e a gente vai chegar tinindo no Caminho de Santiago de Compostela.

Mais ou menos no km 22 uma subida insana testou os nossos limites, mas pra minha surpresa eu consegui subir ela inteira pedalando de pé e passei um monte de tartaruga empurrando a bike. O Desafio Serra de Campos que me aguarde!

A Dani e o Andre foram empurrando a bike na maioria das subidas e chegaram onde eu estava 10 minutos depois. A essa hora a Dani já tinha falado pra mim que estava no limite umas 2o vezes hehe

No km 25 a Dani e o Andre resolveram encarar o caminhão de apoio, um pau de arara bem quente e cheio de ciclista amontoados. Uma vez dentro do caminhão, a Dani me disse que ou ela fritava (ficando na parte descoberta) ou ela cozinhava (ficando na coberta), ela escolheu cozinhar. Eu teria escolhido fritar rs

Era o que eu precisava pra seguir que nem um louco pela trilha. Seguindo do km 25 pro km 60 foi um pulo. Mal parei nos postos de apoio e fui tirando fotos pelo caminho. Desci os penhascos que nem um alucinado, já que a Dani não estava comigo pra me dar bronca.

No km 38 encontrei muitos ciclistas parados e parei também pra matar a minha curiosidade, e pra minha surpresa tinha uma mini-cachoeira. Me juntei aos poucos que tiveram coragem de atravessar o arame farpado e tomei um banho de água gelada com roupa e tudo – incluindo meias e sapatilhas. Minha energia, que não estava lá aquelas coisas, deu uma bela recuperada.

A partir daí eu só parei pra tirar fotos, beber água e passar protetor solar. No km 48 o último aviso:

Pela esquerda, 8 km, mais curto e bem mais difícil (a placa fez questão de grifar a palavra ‘bem’).

Pela direita, 16 km, mais longo e mais fácil.

Os ciclistas que estavam por lá fizeram um terrorismo e me convenceram da dificuldade da famosa subida da casinha. Não tive dúvidas, fui no mais longo, pois a minha resistência já estava na reserva.

Desse ponto até o final foi um marasmo total. Não tinha ninguém me seguindo e eu não conseguia avistar ninguém na minha frente. A maior parte do percurso foi pela estrada, o que ajudou a manter a cadência, mas minou a minha resistência. O asfalto quente acaba com qualquer pedal, ainda mais sendo no finalzinho.

O DEPOIS

Consegui completar os quase 60 km de trilha às 13h05 e tive que caçar comida, pois não tinha na chegada, mas não tem problema, foi tudo de graça e muito bem organizado. Parabéns à Sabesp, à prefeitura de São José dos Campos e ao pessoal do Capim com Poeira!

Consegui encontrar uma padaria e comer 2 pedaços de pizza que estavam um pouco borrachentos (porém deliciosos) e uma coca-cola.

Depois do rango fiquei esperando por mais de uma hora o caminhão chegar com a Dani e com o Andre, pra só então irmos almoçar.

O almoço demorou quase duas horas (sem brincadeira), mas quando chegou estava delicioso. Só deu tempo de pagar a conta e correr pro ônibus que nos levaria até o local da largada.

As bikes chegaram em um caminhão separado e pareciam sucata, da uma olhada:

Foi a minha primeira trilha de muitas que pretendo fazer. O esforço que é preciso pra completar um pedal desses é absurdo, mas fiquei muito contente por ter chegado bem. Comparando as minhas condições de chegada do Trip Bike com as do Desafio Serra de Campos eu posso comemorar bastante. Arrisco dizer que se eu tivesse mantido a cadência desde o início eu teria completado a trilha com tranqüilidade, com direito a subida da casinha.

Que venha o Trip Bike 2012!

Sobre Bruno Cabuto

CTO, Engineer & Entrepreneur
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19 respostas para Trip Bike 2011

  1. brucabuto disse:

    Pode deixar que eu não desço largado amor rs
    Jajá vc tá fera. Beijos.

  2. Parussolo disse:

    Chegou em primeiro?

  3. Leonardo Lobo disse:

    Mto bom as descrições, eu tbm fui, mas peguei o caminho BEM mais difícil… mto trampo é a famosa subida da casinha, o esforço é mto mto enorme 3 d subidas… Mas sussa, sobre a questão de comida e tals… Vou em defesa da organização, uma trip com carro de apoio varios postos com agua e frutas, e tudo isso de graça, acho que a organização foi nota 1000! Ano q vem eh a gente lah de novo… abraços e parabens pelo blog.

    • brucabuto disse:

      Fala Leonardo! Ano que vem eu pretendo subir a subida da casinha!
      Cara, vc tem razão. Eu alterei a descrição da minha chegada em São Francisco Xavier. A organização foi show e estão todos de parabéns.
      Abração.

  4. Tom Bike disse:

    Muito legal a sua descrição da aventura. Na próxima tem que fazer a casinha, sabe, se empurrar uns pedaços cansa menos que pelo asfalto & é o visual mais bonito.

    Ah, no meio tem uma matinha com cachoeira. Eu parei tmbm um pouco nuns bambus em frente a uma porteira antes da cachoeira. Olha o que aconteceu com um brother que correu muito no link que eu coloquei acima 😉 [ ] e até ano que vem! 😀 vou colocar mais coisas no blog, fica de olho O.o

  5. Alex disse:

    Ahhhh cara que isso.. vc cortou o morro da Casinha que é o mais emocionante desse pedal…??

    assim não tem graça ir pra SFX de bike.. rs

    Abraços

    • brucabuto disse:

      Fala Alex! Cara eu não sabia que esse morro tinha essa emoção toda… Eu tava sozinho quando cheguei na bifurcação e já tava bastante cansado, aí o pessoal que estava lá me disse que era insano… Fica pro Trip Bike 2012! Abração…

      • Alex disse:

        Que isso cara.. não precisa esperar o tripbike de 2012 não..

        é só marcar aí a gente vai durante o ano…
        ir uma vez por ano pra SFX é pouco.. rs

        Abraços

        Alex

  6. Ramiro Junior disse:

    Fala Bruno…

    Bacana sua história…Mas como já disseram,pra valer o “certificado do trip bike” tem que subir a casinha…rs…não importa se pedalando ou empurrando…

    depois dá uma olhada no meu blog http://www.bikeblogsjc.blogspot.com

    abs.

    • brucabuto disse:

      Fala Ramiro.
      Se eu soubesse que essa subida era tão legal com certeza eu teria feito =)
      Fica o estímulo pra ir no próximo Trip Bike. Quando vc escrever o seu relato me avisa.

      Abçs…

  7. Lucia disse:

    Bacana sua história… E sua descrição da aventura da trilha… Na próxima tem que subir o morro da Casinha…

  8. Diego disse:

    Parabens pelo post ficou muito bacana.
    Como disse o ramiro, faltou o carimbo final do pedal a danada da casinha, mas ano que vem vc tenta de novo.

    Da uma passada no blog http://pedevelasjc.blogspot.com

  9. Leonardo Lobo disse:

    Issomsmo fica triste não, ano q vem vc vai babando pra casinha, mas prepara pq a subida eh trash msmo, ateh subir a pé eh punk, mas com preparo e umas paradinhas a gente aguenta ir pedalando…rs

  10. Cheguei por acaso no seu blog , estava no capim com poeira , e lá recomendaram ler o seu relato. Gostei muito , quando lí acabei tendo uma boa noção de como foi tudo, e me arrependi de não ter ido, pois o Ramiro e outras pessoas de são José dos campos , que moram aqui em Resende também me convidaram,
    Vou ver se ano que vem participo, e levo alguns amigos , e se tudo der certo também escreverei um belo e divertido relato …rss…rss…rss….. Tchau abç.

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